Comemorando 10 anos de estrada, Festival Multiplicidade traz epopeia artística ao Oi Futuro do Flamengo


Com um olhar simultâneo para o passado e para o futuro, o evento imprime novo olhar para as interações entre homem e tecnologia através de expressões na arte contemporânea

*Por João Ker

Em sua 10ª edição, o Festival Multiplicidade começou nesta noite de sábado (21/6) no Oi Futuro do Flamengo a todo vapor. Dessa vez, e considerando o número emblemático de 10 rodadas, o evento faz uma retrospectiva sobre os anos passados e os artistas que marcaram a iniciativa, em sua mistura de arte/design/música e tecnologia a partir da exposição “NÓS”. A mostra estreou ontem  à noite e, sob a curadoria de Batman Zavareze, revisita o passado ao mesmo tempo em que olha para o futuro e o impacto das tecnologias nos hábitos e costumes sociais.

“A ideia é revelar finalmente os “NÓS” do embaralhamento que promovemos ao longo de anos com uma programação extremamente variada.  Rever o que aconteceu no Festival Multiplicidade é compreender a transformação que a tecnologia causou na sociedade. Neste ponto o nosso palco resgata com potência a força visionária das artes e as experimentações marcantes de várias épocas, do cinema super 8 às telas ativadas e comandadas por touch screen ou sensores interativos”, explica Zavareze. Os nós não são apenas metafóricos, uma vez que 17 projetores sensoriais foram construídos para responder unicamente aos visitantes, criando uma experiência altamente tecnológica que transmite muito bem o DNA do Festival. Uma trama de cordas feitas com softwares de mapping e robótica levanta a reflexão sobre as conexões do ser humano tanto com o mundo hi-tech que cresce à sua volta quanto entre as próprias interações interpessoais que parecem mais raras e computadorizadas do que nunca.

 

Multi Exposições

Para criar essa “caixa preta” que ocupa o 8º andar do prédio, artistas e colaboradores que já participaram antes do Festival foram convidados para integrar esse “mutirão hi-tech”. Na lista de participantes de time, aparecem o catalão Alvaro Uña, o diretor e roteirista Bebeto Abrantes, o designer Billy Bacon, o diretor e editor Glauber Vianna, a cenógrafa Susana Lacevitz e o produtor musical Nado Leal. Quem foi à noite de inauguração ainda pode confere o lançamento do livro do festival – com arte de Leonardo Eyer – e a presença do artista inglês Scanner, que mostrou suas habilidades ao vivo, editando em tempo real a trilha sonora dos curtas “Toute la mémorie du monde” (1956) e “Le chant du styrene” (1959), ambos de Alain Resnais. Scanner ainda prestou homenagem a  Derek Jarman e usou imagens deste cineasta, gravadas em Super 8, mixadas com arranjos musicais do seu álbum “The Garden Is Full Of Metal”.

 

Scanner no Festival Multiplicidade 2011 (Foto: Divulgação)

Scanner no Festival Multiplicidade 2011 (Foto: Divulgação)

E o impacto artístico do Festival não para por aí. Nos meses que se seguem, ainda acontecerá a sinfonia audiovisual do mineiro Hol (20/08) e debates com um grupo de artistas dinamarqueses, com a cerimônia de inauguração sendo comandada pelo DJ Tagarama Pyjarama e o coletivo de jazz experimental Jakob Bro Trio (18/09). Isso sem falar nas performances de julho, com o artista plástico Jarbas Lopes e a dupla Tetine (19/07)  encerrando tudo com muito som e performances. Imperdível.

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Fotos: Divulgação

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Serviço:

FESTIVAL MULTIPLICIDADE 2014 – ANO 10
ESTREIA TEMPORADA 2014

Curadoria: Batman Zavareze
Local: Oi Futuro Flamengo
Data: Sábado, 21 de junho
Endereço: Rua Dois de Dezembro, 63 – Flamengo/Rio de Janeiro
Horário: A partir das 19h
Classificação etária: Livre
Entrada: gratuita

Horários e programação no dia 21 de junho:


19h Exposição NÓS (7º piso/ Teatro)
20h Scanner / Performance: Toute la mémorie du monde (área externa)
21h Coquetel de lançamento do novo livro do Festival Multiplicidade 2013 (1º piso)