Blizzard Entertainment lança o game Overwatch após bater o recorde na fase de testes: “É o fim de uma etapa e o início de outra maior e ainda mais rica”


Para comemorar os números e abrir oficialmente o servidor, a empresa famosa por outros títulos como Starcraft e Diablo organizou um evento com direito à presença de Paul Lackey, desenvolvedor de áudio do game, Guido Alves e Daniel Kawano, da comunicação da Blizzard Brasil e os dubladores Christiano Torreão e Daniel Muller. O apresentador Danilo Gentili foi o mestre de cerimônias: “Uma honra ter sido convidado pela Blizzard para celebrar o lançamento da franquia no país. Toda a história é contada usando recursos de transmídia, então os fãs podem conhecer a fundo os personagens e o universo do jogo”, disse

Imagine um futuro otimista, de paz no planeta. Pois esse é o cenário do game Overwatch, lançado pela Blizzard Entertainment nessa segunda-feira, 23, em São Paulo. Depois de números impressionantes em uma das fases de testes mais bem-sucedida da indústria – para se ter uma ideia, foram mais de 9,7 milhões de jogadores em apenas uma semana de versão beta – a empresa organizou um evento no prédio da TV Gazeta, em plena Avenida Paulista, em São Paulo, com a presença de nomes como Paul Lackey, desenvolvedor de áudio do game, os dubladores Daniel Muller e Christiano Torreão – que dão voz aos personagens Lucio e Junkrat, respectivamente -, Guido Alves e Daniel Kawano, da comunicação da Blizzard Brasil, e o apresentador Danilo Gentili, responsável por conduzir a cerimônia, para comemorar o lançamento oficial. O melhor? Os players brasileiros foram agraciados com um adiantamento no horário de abertura dos sistemas. Quem fez a compra antecipada pôde jogar partidas online a partir das 20h dessa segunda-feira em todos os servidores locais.

Danilo Gentili e Paul Lackey posam juntos no evento de lançamento de Overwatch (Foto: Divulgação)

Danilo Gentili e Paul Lackey posam juntos no evento de lançamento de Overwatch (Foto: Divulgação)

“Faz um ano e meio, mais ou menos, que anunciamos Overwatch. Pela primeira vez na vida a Blizzard olhou para a Terra. Sempre falamos de mundos fantásticos e agora estamos falando do nosso, de um futuro bastante otimista. O mundo vive em paz nesse momento. Conseguimos reunir diversos personagens que representam as muitas regiões do planeta e, até agora, já são 12 mapas e quatro modos de jogo. Ainda serão lançamos muitos heróis e mapas daqui para frente, mas tudo que vier depois é gratuito. Quem adquirir o produto hoje pode jogar com novos personagens que serão acrescentados com constância”, explicou Daniel Kawano, que destacou: “O Brasil ainda ganhou algumas horas antes do resto do mundo”.

Os dubladores Daniel Muller e Christiano Torreão com Paul Lackey e o tradutor Xuminator (Foto: Divulgação)

Os dubladores Daniel Muller e Christiano Torreão com Paul Lackey e o tradutor Xuminator (Foto: Divulgação)

O game, disponível para PS4, Xbox One e PC, é um jogo de tiro em primeira pessoa que conta a história da disputa de agentes que já foram de um grupo de elite da ONU e, após serem defenestrados, parte quer voltar à ativa e outra não – a partir daí, surge o combate no qual os personagens possuem diferentes habilidades e poderes e são divididos por suas principais características. Os de classe “ofensiva”, por exemplo, possuem ataques rápidos mas defesa reduzida, enquanto os de “defesa” são justamente o contrário: protegem pontos específicos. Os heróis de “suporte”, por outro lado, garantem melhorias das habilidades dos aliados de equipe ou enfraquecem o time adversário e os personagens “tank” tem mais pontos de vida. Vale destacar que cada jogador pode trocar de herói dentro da partida a hora que quiser sem perder progressão de mortes e abates. “É como um jogo de xadrez em que fazemos uma estratégia com muitas peças”, disse Paul Lackey.

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Focado no multiplayer, Overwatch divide os jogadores em duas equipes de seis integrantes cada, que batalham em arenas inspiradas em várias partes do mundo, como Londres, Japão e outras. Até o momento, os quatro modos de jogo são “ataque”, “escolta”, “ataque/escolta” e o “controle de zonas”. As equipes disputam objetivos. “A ideia é priorizar o jogo de equipe. Em Overwatch é preciso ter sintonia com o time para vencer a partida e cumprir objetivos. É um jogo que tem a questão da colaboração muito forte”, disse Daniel Kawano.

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O produto é uma franquia inédita da Blizzard em anos. Depois de se consolidar em séries de sucesso como Warcraft, Diablo e Starcraft, a empresa aposta forte no novo título. “É um momento muito importante na jornada de Overwatch. Já viemos trabalhando nesse produto há mais de um ano e estamos muito satisfeitos com os resultados que atingimos até agora. Hoje vai ser um momento que vai determinar o sucesso da franquia no Brasil e a partir de amanha não vamos parar de jogar”, comemorou Guido Alves. De fato: o game tem conquistado uma comunidade fiel, mas não só nacional. Participantes de 190 países já estão apaixonados pela franquia que mistura HQ, animação e cultura pop. Sim, porque além do jogo em si, a série Overwatch já conta com quatro episódios gratuitos e quadrinhos especiais no site oficial. “É uma honra ter sido convidado pela Blizzard para celebrar o lançamento da franquia no país. Amo videogame e animação e Overwatch mistura tudo isso. É um game com cultura pop, entretenimento e muito mais. Toda a história é contada usando recursos de transmídia, então os fãs podem conhecer a fundo os personagens e o universo do jogo”, comentou Danilo Gentili, endossado por Daniel Kawano: “A Blizzard quis proporcionar uma experiência completa e fluida, então, além de questões como a qualidade do servidor, a parte gráfica é bem definida e o jogo é 100% em português”, destacou.

Paul Lackey e Danilo Gentili conversam no lançamento de Overwatch (Foto: Divulgação)

Paul Lackey e Danilo Gentili conversam no lançamento de Overwatch (Foto: Divulgação)

Falando nisso… os dubladores Daniel Muller e Christiano Torreão explicaram que o processo de dar vida a um personagem de game é totalmente diferente da televisão. “A principal questão é que no filme a imagem já esta pronta e a construção da dublagem parte da imagem também. A ação inspira a fala. Aqui não, nós imaginamos o que acontece no vídeo. Lógico que o trabalho da equipe de direção do Gustavo Nader foi incrível, ele nos dava referências do que acontecia no jogo”, disse Christiano, responsável por dar voz à Junkrat. “Ele é muito rico, mercenário, faz acordos. Isso dá possibilidade de brincar, de criar vozes, jeitos de falar. O legal é que quando a Blizzard desenvolveu o jogo não era só uma imagem, era uma história. Isso deu muita base para criação”, destacou.

Danilo Gentili posa entre os dubladores Daniel Muller e Christiano Torreão (Foto: Divulgação)

Danilo Gentili posa entre os dubladores Daniel Muller e Christiano Torreão (Foto: Divulgação)

Já Daniel empresta sua voz ao carioca Lúcio, um DJ e celebridade internacional que inspira mudanças com suas músicas e ações sociais. “Meu personagem é muito interessante, tem uma questão social, é um lutador da verdade e um DJ. Ele tem relação forte com música, foi criado na favela e sentiu que essa forma de arte poderia ser uma ferramenta de motivação para a comunidade lutar contra opressão. Acho essa questão social muito legal”, contou ele, que ainda não testou o jogo. “Mas já vi os filmes e o resultado realmente batia com tudo o que eu imaginava na hora de dublar. Não tínhamos as imagens, mas as orientações precisas da equipe de direção e a versão base ajudaram demais”, explicou.

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Tanto Daniel como Christiano destacaram o movimento de dublagem de games internacionais: “Valoriza demais a nossa língua, mas também quem compra o jogo e não teve oportunidade de estudar inglês. A dublagem ajuda a entrar naquele mundo e inclui pessoas, além, é claro, de ser realista, porque dublar não é só colocar em português, mas trazer para próximo. O jogo fala da Terra, do nosso planeta, então a gente pode colocar palavras que usamos no cotidiano, brincar”, disse Christiano. Tudo, claro, com parcimônia. “Há a adaptação das piadas nas línguas para regionalizar e isso passa pelo crivo de muita gente”, explicou Daniel. “É uma das partes que dá mais trabalho, acho. Uma frase que adoro é ‘toda tradução é uma traição’, porque de fato: não dá para ser perfeitamente fiel. Tentamos adaptar a piada traindo o mínimo possível e mantendo a mesma energia”, garantiu. “Não chegamos a ter contato com os dubladores de outros países, mas nos enchemos de informações para encontrarmos a voz ideal”, contou Christiano.

Os sons, tão importantes quanto as vozes, também passam por uma criação para lá de especial. Paul Lackey, supervisor de som de Overwatch, contou que o trabalho vai além de fazer soar bem. “Temos que criar um ambiente extremamente imersivo para os jogadores saberem exatamente aonde estão e se sentirem ali. Mas o mais importante é dar identidade aos sons para que o jogador os conheça e saiba o que está acontecendo para reagir de acordo”, explicou ele, que se baseia principalmente na personalidade de cada um dos personagens do game para os sons ao redor deles. “O legal é que nada é errado, porque, afinal, qual seria o som de um gorila cientista na lua? Ou de alguém se teletransportando?”, brincou ele, que não sabe definir o mais desafiador entre tantos. “Não tem um mais difícil de criar, mas colocá-los em sincronia no jogo de forma que não se confundam entre si e gerem poluição sonora é a grande missão. O som em si é até meio fácil, porque o jogo é muito bem construído e bonito. O mais difícil é, de fato, sentar com os programadores e sincronizar cada um. Se fizermos nosso trabalho certo o jogador não vê o som encavalar”, explicou

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Paul Lackey (Foto: Divulgação)

Apesar disso, Paul já usou objetos, digamos, exóticos, para criar sons originais. “Já jogamos objetos de jardinagem dentro do estúdio, batemos copinhos de café, levamos um cachorro que respirava forte, estilingues”, listou. Pensa que é “só”? “Fomos a uma fábrica de montagem de carro para os sons de robôs. Passamos três dias lá e foi incrível. O tanto de tecnologia é um balé de sons, máquinas e robôs”, contou ele, que se considera um “sound hunter” (caçador de sons). “Estou sempre procurando os mais diversos. Já passei por pantanais, praias… aliás, uma das partes que mais gosto é ir para o deserto gravar”, afirmou. “Vamos, porque lá não tem vento e geramos barulhos muito marcantes. O deserto é melhor do que um estúdio porque não tem o som da sala em si, que reverbera”, explicou.

Danilo Gentili posou com a equipe Blizzard Brasil (Foto: Divulgação)

Danilo Gentili posou com a equipe Blizzard Brasil (Foto: Divulgação)

Empolgado ao lançar o game no Brasil, Paul era só sorrisos. “É legal reconhecer esse mercado que é dos mais apaixonados. O jogo está sendo celebrado no mundo todo hoje e eu fui enviado para cá, esse lugar que amo desde a primeira vez que vim. É um país rico demais em termos de tradição, cultura, comida, música, esportes, futebol. Amo o jeito que os brasileiros levam a vida. Venho sempre que posso, mas essa viagem é especial para mim”, comemorou ele, cheio de elogios. “O Brasil é uma praça importante de lançamento de games de alta qualidade porque tem um público muito fiel”, destacou. E qual a sensação a apenas algumas horas do lançamento? “Acho que a palavra é ‘stopped’, não sei te traduzir em português, mas é algo que sonhamos por muito tempo. Cada novo mapa e personagem era uma comemoração de um obstáculo ultrapassado. Hoje nem parece real ver tudo isso tomando vida, chegarmos aonde chegamos no processo, mas é só o começo. É o fim de uma fase e o início de outra maior e ainda mais rica”, definiu, antes de confessar: “Estou louco para jogar hoje, mas não tenho videogame no hotel. Ainda vou atrás de um”. Esperamos que Paul tenha conseguido, afinal, são mais de 10 milhões de players esperando por companhia para lá de especial!

Um dos vídeos que conta a história dos personagens de Overwatch: